Por Edivaldo Mendes, do Jornal “O Liberal”
Com um atraso de no mínimo uma década, a produção de soja e milho a partir de sementes transgênicas começa a dominar quase que totalmente a agricultura de Paragominas [PA] e região. Apesar de ainda haver muita falta de informação sobre o assunto entre os produtores, eles já passaram a ter fácil acesso a híbridos geneticamente modificados, mais eficientes em produtividade e resistentes às pragas do campo.
Agora eles lutam é para derrubar a burocracia e as barreiras impostas pelo Ibama e pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente (Sema), com o objetivo não só de estar mais perto das novidades da biotecnologia, mas também lutar para poder abrir novas áreas em terras degradadas, para o cultivo de milho e soja geneticamente modificados. Hoje, somente pouco mais de 40 mil hectares estão sendo trabalhadas na produção de grãos. Por sinal, mesma área se vem produzindo nos últimos três anos.
Esse domínio dos transgênicos na agricultura da região nordeste paraense ficou evidenciado no último final de semana, durante a realização do 6º Dia de Campo de Paragominas, que aconteceu na fazenda Juparaná, e reuniu mais de 100 produtores de grãos da região. Eles conheceram muitas novidades tecnológicas, como o lançamento de dois híbridos de milho, um de sorgo, para a produção de grãos e pastejo, um herbicida com tecnologia conservacionista, para ser utilizado em manejo em áreas de plantio direto.
Mas a introdução do milho geneticamente modificado na lavoura paraense foi, sem dúvida, a grande estrela do evento rural. Além do milho 177, que está surpreendendo pela sua produtividade, os produtores conheceram outra variedade, o 'hyldegard', que já trás no seu gene a proteção direta contra a lagarta, evitando aplicação de defensivos, o que significa menos impacto ambiental, e economia de dinheiro e até da água que seria utilizada nessa borrifação.
'Na verdade, os nossos produtores já esperavam com ansiedade que essas novidades chegassem às suas mãos. Além do ganho de produtividade, eles vão ter redução de custo. Sinal de lucros maiores. O que existem são barreiras do governo, mas que agora começam a ser quebradas', afirma o engenheiro agrônomo José Netto, um dos organizadores do Dia de Campo.
Ver texto completo: Jornal “O Liberal”. Edição: Ano LXII - Nº 32.144 - Belém, Sexta, 13/06/2008