Por Beatriz Camargo, da Repórter Brasil
Operação do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagrou 18 pessoas em condição degradante em duas fazendas da região de Tucuruí, no oeste do Pará. No dia 29 de maio, a equipe resgatou 12 pessoas da Fazenda Juriti, em Tailândia (PA), que tem três mil hectares. Os trabalhadores extraíam látex das seringueiras da área e faziam também o despolpamento do cupuaçu. Entre os resgatados, havia um adolescente de 15 anos.
Dono da propriedade, Jaime Argollo Ferrão se negou a pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores. A recusa em quitar as pendência gerou uma ação judicial. Segundo informações do auditor fiscal do trabalho e coordenador do grupo móvel, Klinger Moreira, os bens dele estavam bloqueados pela 2ª Vara do Trabalho de Tucuruí pelo menos até a última sexta-feira (6).
Para Jaime, a denúncia contra sua propriedade não procede. "Eu não concordei [com a fiscalização]. Fui invadido pelo MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]... Só quatro pessoas trabalham pra mim. O resto, não".
Quando a equipe fiscalizatória chegou ao local, encontrou seis trabalhadores alojados no galpão industrial normalmente utilizado para o beneficiamento de cupuaçu, que não se processa durante este período do ano. Outras seis pessoas tinham sido demitidas naquele mês, mas ainda estavam no local e foram incluídas na fiscalização. "O fazendeiro tinha demitido sem pagar nada, nem aviso prévio, nem rescisão do contrato", conta Klinger.
"Metade da parede [do alojamento] era de madeira e a outra metade era uma tela de mosquiteiro", descreve o coordenador da ação. Chovia dentro do armazém e trabalhadores relataram que era freqüente a presença de ratos. A cozinha funcionava no mesmo local. Não havia armários para armazenar roupas e mantimentos. A mulher que cozinhava para o grupo vivia no espaço com o cônjuge e três filhos (a criança mais velha tem três anos).
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