Da Adital
Moro definiu a situação como uma "emergência de grandes proporções". A afirmação foi feita durante uma conferência de imprensa que apresentou um panorama da situação em que vivem os aborígines na Colômbia nos marcos da celebração do Dia Internacional dos Indígenas. No entanto, ele reconheceu os avanços na regulamentação da proteção às comunidades indígenas e acrescentou que o presidente Álvaro Uribe está esforçando-se nesse sentido.
O representante da ONU ainda pediu que os grupos armados respeitassem a autonomia dos povos indígenas e que não os envolvessem no conflito. Atualmente, existem mais de 84 povos indígenas que contabilizam quase um milhão de pessoas. As comunidades que correm o risco de desaparecer encontram-se especialmente nas selvas amazônicas, como os Yamalero, Makaguaje, Pisamira, Tsiripu, Eduria, Wipijiwi, Nukak Maku.
Na ocasião, a Onic denunciou que somente em 2008 já foram assassinados 25 indígenas, dois estão desaparecidos e outros três morreram após pisarem em minas antipessoas que são utilizadas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Segundo a Onic, o conflito armado já causou o deslocamento forçado de 2.117 indígenas de suas terras ancestrais. Outros onze aborígines sofreram detenções arbitrárias por partes das forças estatais.
Em 2005, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) já havia denunciado o risco de desaparecimento desses povos por causa do deslocamento forçado. Os números da época apontavam que mais de 150 mil indígenas, o que correspondia a 15% da população indígena total do país, já haviam saído de suas terras.