O coordenador nacional do movimento, Ulisses Manaças, teme um novo massacre como o ocorrido em Eldorado do Carajás (PA), há 11 anos, onde 19 trabalhadores foram brutalmente assassinados pela PM. Na época, o estado era governado por Almir Gabriel (PSDB). Ulisses afirma que em caso de tragédia, a responsabilidade será toda da governadora Ana Julia (PT), que não deveria ter autorizado os despejos sem fazer um levantamento das terras ocupadas.
“Nós achamos que há entre o judiciário e os movimentos sociais uma lacuna muito grande que deveria ser cumprida pelo estado. Ele deveria fazer vistoria das áreas, utilizar o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], para fazer desapropriação, porque todas estas áreas têm problemas de documentação [griladas]. Então, o estado precisava ter uma intervenção neste sentido para, pelo menos, se for comprovada a produtividade das áreas e a documentação for legal, apresentarem uma alternativa para os trabalhadores. Mas é isso que não está ocorrendo”.
A PM decidiu que a fazenda São Marcos, no município de Parauapebas, será a última a ser desocupada. Nela, estão acampados militantes do MST que consideram a ocupação da fazenda um marco simbólico da luta pela terra. A área pertence ao latifundiário conhecido como Donizete, que está sendo denunciado pelo Ministério Público como mandante dos assassinatos de duas lideranças do MST [Fusquinha e Doutor] em 1998.
Vinicius Mansur - da Radioagência NP
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2556&Itemid=43
Foto: a partir do endereço acima especificado