Apenas 30% das pesquisas sobre a Amazônia têm a participação de pelo menos um cientista com residência no Brasil. Esta é a afirmação do pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia, Adalberto Luís Val, dada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ele também afirmou que, das pesquisas brasileiras desenvolvidas sobre a Amazônia, apenas 9% são feitas por organismos amazônicos.
Adalberto ressaltou que a Amazônia é uma questão estratégica para o desenvolvimento do país. Ela ocupa quase 60% do território do país, representa quase 8% do Produto Interno Bruto do Brasil, mas os recursos para pesquisa representam apenas 2% do total nacional.
Para o vice-presidente da SBPC, Otávio Velho, os dados apresentados por Adalberto não devem provocar nenhuma “paranóia”, porque pesquisa estrangeira não é necessariamente ruim. Porém, ele também considera fundamental aumentar a presença da ciência brasileira na Amazônia.
“O grande dilema da Amazônia é como realizar o desenvolvimento econômico sem que isso signifique uma depredação dos recursos naturais, destruição da floresta ou a destruição dos grupos humanos que lá residem, sobretudo os indígenas. Esse é o grande desafio para a ciência”.
Segundo Otávio, o governo federal, por meiio dos Ministérios de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, está se movimentando para aumentar o número de instituições e de pesquisadores da floresta.
Durante a reunião da SBPC, deputados e cientistas assumiram como meta dobrar, em três anos, o número de doutores na região. O intuito é passar dos atuais 3.5 mil para sete mil pesquisadores.
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5068&Itemid=1