Na sua certidão de nascimento SUDAM significa, Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. Juridicamente uma autarquia, criada através da Lei 5.173 de 27.10.66, em substituição a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia - SPVEA (Lei n.º 1.806 de 06. 01. 1953). A Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) foi criada em substituição da mesma em 02 de maio de 2001. Por conta do catatau de denúncias de corrupção. Prestes ao seu renascimento, após a aprovação no Congresso Nacional, ocorre interrogar que caminho a mesma seguirá. A mesma atua no raio de nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Maranhão). Tem a sua sede em Belém, capital do Pará.
Não foi a pororoca de corrupção publicizada que levou a extinção da SUDAM. Na verdade a alteração de estratégia já existia há pelo menos quatro anos, com base técnica. Tudo resultado na “nova” concepção do papel do Estado, exigida pela recente conjuntura da economia mundial, onde se prega a redução ao máximo do mesmo na economia. Bem como à crise fiscal e financeira que abala o país desde a década de 1980. Assim advoga parte da tese de doutoramento defendida em 2005 no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), do economista Sérgio Roberto Bacury de Lira, Morte e ressurreição da SUDAM: uma análise da decadência e extinção do padrão de planejamento regional da Amazônia.
Na análise do pesquisador a extinção da SUDAM em 2001, tratou-se de um oportunismo do Estado, que não colocou em debate a questão que seria central, o modelo de desenvolvimento regional com base em incentivos fiscais. O economista defende que a extinção da SUDAM resulta da desestruturação e término de um modelo de planejamento regional brasileiro.
Nos registros das academias sobre a SUDAM explica-se tratar de uma agência criada no sentido de promover o desenvolvimento regional. A integração da Amazônia ao restante do país com base em pesados incentivos fiscais às grandes empresas do centro-sul e mesmo internacional. Acreditava-se na tese de que só assim seria possível o desenvolvimento regional, tornando a região um pólo exportador interno e externo de produtos primários.
A segunda etapa do processo de industrialização marcava o contexto da época, onde se verificava a associação do capital industrial nacional com o internacional. Modelo gerido pela escola cepalina (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), que ficou conhecido como de substituição de importação, onde o Estado exerceu papel central. Ao se investigar tal modelo de planejamento desenhado no regime militar, cuja característica principal residia na verticalidade, temos entre os resultados: concentração de terra e renda, internalização de passivos sociais e ambientais, além de transferência de riquezas.
Correio eletrônico: araguaia_tocantins@hotmail.com