Duas propostas foram oficializadas, em 2001 e 2002, e na sexta-feira 20 pessoas encerraram vigília iniciada na véspera, na sede do Ibama em Lábrea, com o objetivo de chamar a atenção do poder público para a questão.
O chefe substituto do Ibama na cidade, Jeferson Lobato, explicou que a manifestação foi pacífica e que "eles queriam basicamente saber onde está o processo de criação das reservas e por que as duas ainda não foram criadas". E informou que colocou o grupo "em contato com os representantes do Ministério do Meio Ambiente e da Casa Civil, responsáveis pelo processo".
Na vigília, os produtores rurais contaram com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), cujo coordenador local, padre Fernando Redonda, disse acreditar que as famílias poderão se beneficiar com a criação das reservas, "porque todas elas vivem do extrativismo". O apelo, acrescentou, é fruto das melhorias que podem ser agregadas ao trabalho dos moradores locais, a partir da homologação da área ambiental.
"Isso vai contribuir para o fortalecimento de associações e cooperativas, e ajudar bastante na vida dessas comunidades, que poderão extrair a castanha e o óleo de andiroba por meio de planos de manejo, e também vender – inclusive peixes – num mercado mais justo, tirando do caminho os atravessadores, que neste momento levam todo o benefício", afirmou.
O diretor do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Mercadante, informou que o processo está quase pronto e seguirá para a Casa Civil, onde será avaliado técnica e juridicamente. A partir daí, irá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Estamos aguardando respostas para algumas consultas internas dentro do governo, como da Secretaria do Patrimônio da União, para cumprir todas as exigências, inclusive as legais. Tão logo essas respostas sejam apresentadas, vamos concluir a instrução do processo e encaminhar à Casa Civil em, no máximo, 15 dias", explicou.
De acordo com a CPT, a criação das reservas extrativistas dos rios Ituxi e Purus beneficiará diretamente cerca de 3,5 mil coletores de castanha e de borracha.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/Principal_vis.asp?cod=6214&cat=