Por Gisele Barbieri, da Radioagência NP
A Superintendência do Trabalho e Emprego do estado do Pará, por meio do Grupo móvel de fiscalização do trabalho escravo, conseguiu libertar na última semana, 35 pessoas que viviam em condições semelhantes à de escravidão, em uma fazenda no município de Paragominas (PA). A denúncia foi feita por um trabalhador de 30 anos que fugiu do local no final de janeiro após ter sido torturado.
Ao reivindicar os direitos trabalhistas do fazendeiro Gilberto Andrade, ele foi pego por dois capangas da fazenda e queimado em várias partes do corpo com um ferro utilizado para marcar gado.O chefe da inspeção do trabalho da delegacia paraense, José Ribamar da Cruz, afirma que o trabalhador está sob a proteção do estado, até que a justiça consiga concluir as investigações para punir os responsáveis. Na fazenda, os trabalhadores viviam dentro de um curral. Gilberto Andrade desembolsou aproximadamente R$ 45 mil com a rescisão dos contratos. Além disto, ele já está na “lista suja” - onde constam os nomes dos empregadores que usam mão-de-obra escrava em suas propriedades - desde 2003.
Na ocasião, foram encontrados cerca de 20 trabalhadores em condições degradantes em uma de suas propriedades no estado do Maranhão. O relatório da operação deve ficar pronto na próxima semana. Depois será encaminhado ao Ministério Público para que as providências cabíveis ao poder judiciário sejam realizadas. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) afirma que no Brasil, aproximadamente 40 mil pessoas são mantidas em situação de escravidão.
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3989&Itemid=1