Por Gisele Barbiere, da Radioagência NP
Movimentos populares que defendem 150 comunidades quilombolas - remanescentes de escravos - de Alcântara, no Maranhão, estão se mobilizando para tentar interromper as obras e ações das empresas Alcântara Cyclone Space e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
As duas empresas começaram a desenvolver ações para a ampliação de Centro de Lançamento de Alcântara, instalado desde a década de 80 em terras já reconhecidas como de propriedade dos quilombolas em 2006. É previsto construção de uma plataforma de lançamento de foguetes. Os moradores do território já demonstram preocupação com problemas ocasionados pelas obras e operações da base. Foi constatada a redução das áreas de plantio e a escassez de peixes.
A Base de Alcântara é ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e desde sua instalação, os quilombolas lutam para frear as ações dessa Base. As empresas começaram a abrir estradas e demarcar pontos estratégicos em uma área que pode chegar a 1,3 mil hectares.
Desde que o Centro de lançamento foi instalado na área, o governo, por meio de dois decretos, concedeu cerca de 60 mil hectares de terras para a AEB, desalojando mais de 300 famílias quilombolas, que esperam pela finalização do processo de titulação das terras há quase 20 anos.
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4063&Itemid=1