No mês do carnaval faz dois anos da execução da missionária Dorothy Stang. Na mídia nada de muito relevante. A banalização tem sido a linha desses casos que envolvem disputa pela terra na Amazônia. Para brasileiros do centro do poder ainda uma terra incógnita. E mesmo para muitos que moram na região. Rico ou pobre.
Quando ocorrem esses casos por cá, nunca tive a honra de verificar linhas indignadas nos editoriais nos jornalões. Seria pedir demais também. O processo do crime é histórico. Num prazo inferior a um ano a raia miúda foi presa, julgada, condenada e ainda não fugiu da cadeia. Já os tubarões a lei não alcançou.
Creio não restar dúvida que a origem da missionária ajudou a sacudir o Judiciário paraense. Nunca célere nessas empreitadas. A exemplo do caso de Dezinho (José Dutra da Costa), sindicalista de Rondon do Pará executado em 2000.
Seis anos separaram o dia do crime ao dia do julgamento. Isso porque o pistoleiro foi preso por populares no instante do crime. Ainda hoje o principal suspeito, o fazendeiro Delsão não foi a julgamento. Ocorre interrogar se os mandantes continuam a escapar do banco dos réus.
Outros casos não tiveram a mesma sorte. Como no caso do sindicalista de Rio Maria, João Canuto, que precisou de quase duas décadas para que os mandantes fossem a julgamento. Por serem primários e possuírem, segundo a lei, bons antecedentes, gozaram do privilégio de responder em liberdade e depois fugiram.
Canuto e outros familiares foram mortos na década de 1980. Tal como Expedito Ribeiro, também do mesmo sindicato de João. A década é a mais sangrenta do sul e sudeste do Pará. Trata-se de anos de ação da UDR. Nela ocorreram inúmeras chacinas. Muitas sequer possuem processo.
Em certa medida o modelo de ocupação da região ajuda a elucidar a questão. O mesmo concentrou terra e renda nas mãos de poucos. Ao se pontuar a agenda pra Amazônia, percebe-se que um filme se repete.
Quando ocorrem esses casos por cá, nunca tive a honra de verificar linhas indignadas nos editoriais nos jornalões. Seria pedir demais também. O processo do crime é histórico. Num prazo inferior a um ano a raia miúda foi presa, julgada, condenada e ainda não fugiu da cadeia. Já os tubarões a lei não alcançou.
Creio não restar dúvida que a origem da missionária ajudou a sacudir o Judiciário paraense. Nunca célere nessas empreitadas. A exemplo do caso de Dezinho (José Dutra da Costa), sindicalista de Rondon do Pará executado em 2000.
Seis anos separaram o dia do crime ao dia do julgamento. Isso porque o pistoleiro foi preso por populares no instante do crime. Ainda hoje o principal suspeito, o fazendeiro Delsão não foi a julgamento. Ocorre interrogar se os mandantes continuam a escapar do banco dos réus.
Outros casos não tiveram a mesma sorte. Como no caso do sindicalista de Rio Maria, João Canuto, que precisou de quase duas décadas para que os mandantes fossem a julgamento. Por serem primários e possuírem, segundo a lei, bons antecedentes, gozaram do privilégio de responder em liberdade e depois fugiram.
Canuto e outros familiares foram mortos na década de 1980. Tal como Expedito Ribeiro, também do mesmo sindicato de João. A década é a mais sangrenta do sul e sudeste do Pará. Trata-se de anos de ação da UDR. Nela ocorreram inúmeras chacinas. Muitas sequer possuem processo.
Em certa medida o modelo de ocupação da região ajuda a elucidar a questão. O mesmo concentrou terra e renda nas mãos de poucos. Ao se pontuar a agenda pra Amazônia, percebe-se que um filme se repete.
Correio eletrônico: araguaia_tocantins@hotmail.com
Foto: Ivonete Coutinho (Quadro sobre a violência no campo, STR de Brasil Novo/PA)