
O massacre ocorreu em pleno regime dito democrático, sob as ordens de dirigentes do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Presidia o país o doutor em sociologia Fernando Henrique Cardoso, e o estado do Pará era dirigido pelo médico Almir Gabriel.
A coerção pública e privada tem marcado a luta pela terra e os recursos naturais nessa faixa da Amazônia, contra os camponeses e suas variadas formas de organização. Não raro com gente assassinada somente num extremo, o que descaracteriza o enquadramento de conflito.
Pe. JOSIMO
Ordenado em 1979, Pe. Josimo foi morto muito jovem. O religioso somava apenas 33 anos. Negro e pobre, fez a opção pelos pares camponeses. Na obra da inglesa Binka Le Breton, "Todos Sabiam", lançada pela Loyola (2000), a autora ressalta que a ação de Josimo não tinha unanimidade.
O padre que escapou de um atentado, teve a vida marcada por denunciar a ação dos fazendeiros e grileiros. A atitude do padre frente às atrocidades cometidas contra posseiros se alinhava com um segmento da Igreja Católica, que em prática e discurso havia feito a opção pelos oprimidos.
Rogério Almeida é autor do livro Araguaia-Tocantins: fios de uma história camponesa/2006. Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), e colaborador da rede Fórum Carajás: www.forumcarajas.org.br
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Foto: Dion Monteiro