No dia 8 de fevereiro, a Polícia Militar do estado do Amazonas, cumprindo mandado de reintegração de posse expedido pela juíza Katte dos Santos Gomes, queimou 40 casas do Acampamento Boa Esperança, ao sul do município de Lábrea, AM, e espalhou o medo e o terror entre as famílias. O acampamento, com 800 famílias, se situa numa área que faz divisa com os estados de Rondônia e Acre. O conflito se estende há mais de 5 anos com um saldo trágico: cinco mortos, um dos quais esquartejado, além de pessoas desaparecidas, somadas a um suicídio por depressão.
Por estar a área de conflito mais próxima da Capital do Acre, uma comissão formada por 14 entidades, alguns deputados estaduais, imprensa e o pró-reitor da UFAC e assessor da CPT do Acre, Elder Andrade, passaram mais de dez horas no acampamento e verificaram as denúncias. A lei que impera no local é a imposta pelas armas dos mais de 50 supostos pistoleiros, comandados pelo “jagunço” Márcio de Souza Gomes. O principal acusado pelo terror provocado é o senhor Waldair João Schneider, que agiria em nome de seu irmão Atanázio, residente no Rio Grande do Sul, mas que tem o controle da situação na região em conflito. Saloni dos Santos, conhecida como Rosa Sem-terra, uma das líderes do acampamento, esteve em Manaus procurando as autoridades e no dia 13 viajou a Brasília para uma audiência com o Ouvidor Agrário, Gercino José da Silva Filho, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDA.
Fonte: http://www.cptnac.com.br/?system=news&action=read&id=1746&eid=8