A viúva prometeu levantar o dinheiro pedido pelo pistoleiro e contactou a polícia. 'Procurei a delegada Daniela, que está fazendo um trabalho aqui na cidade e ela me orientou a procurar a delegacia. A polícia me orientou e montou o flagrante', continuou. A prisão de Luiz Gonzaga ocorreu hoje de manhã por volta das 8h30, na sede do sindicato. O pistoleiro chegou a receber o dinheiro. 'Depois que dei o dinheiro, ele contou que o mandante tinha sido o Décio José Barroso Nunes, o Delsão, mesmo homem que mandou matar o meu marido', explicou.
Depois de ter sido preso, o homem prestou depoimento ao delegado Sílvio Maués, titular da delegacia de Paragominas. No interrogatório, ele confirmou a informação dada à viúva do sindicalista. O acusado será transferido para Belém. Maria Joel da Costa também prestou depoimento. Ela foi ameaçada de morte outras vezes e por isso recebe proteção policial. A viúva, no entanto, ainda não decidiu o que fará diante de mais esta ameaça. 'Ainda não tive muito tempo para pensar, não sei se vou sair de Rondon, mas por enquanto continuo por aqui', disse.
Décio Barroso Nunes é acusado também de ser o mandante do assassinato de Dezinho, ocorrida em Rondon do Pará, em novembro de 2000. O sindicalista José Dutra da Costa foi assassinado pelo pistoleiro, Wellington de Jesus Silva, já condenado a 29 anos de prisão. Dezinho foi assassinado em frente da sua casa e havia sido ameaçado de morte por várias vezes.
A denúncia oferecida pelo Ministério Público apontou que o crime, pelo qual o acusado receberia a quantia de R$ 2 mil, teria sido encomendado pelo fazendeiro Décio José Barroso Nunes, conhecido como 'Delsão' e intermediado por Ygoismar Mariano da Silva e Rogério de Oliveira Dias. Os dois últimos tiveram prisão preventiva decretada e estão foragidos.
Foto acessada em http://www.rel-uita.org/internacional/ddhh/violencia_cero/premio_joelma-por.htm (Foto da sindicalista Maria Joel Dias da Costa)